segunda-feira, 11 de abril de 2016

Síria. História de um país ate os dias atuais. Parte 04 [final]

Olá a todos, continuando ...
Parte 2 e parte 3.
          ¡Guerra Civil!
Em 2011 houve uma revolução pacifica em vários países árabes que ficou conhecida como Primavera Árabe. Essa revolução também atingiu a Síria, mas lá ao invés de ser pacifico foi reprimida pelo exército local com varias mortes e presos. Em junho do mesmo ano teve alguns desertores do exército que se autointitularam Exército Sírio Livre e começaram a organizar unidades para combater contra o Estado. No governo a maioria é muçulmanos alauitas ao contrario da oposição que é sunitas (falaremos sobre a diferença em outra matéria).

A oposição alega que esta lutando para destituir o presidente Bashar al-Assad do poder para ter um novo governante e instalar a democracia no país, enquanto o governo fala que está apenas combatente terroristas armados que visam desestabilizar o país. Com o tempo essa guerra passou de um interesse por poder e chegou até a parte religiosa, espalhando para países vizinhos.

A vontade do povo por liberdade era justificada, pois, desde 1962 os sírios não tinham tal liberdade. Nesse ano foram suspendidas as medidas de proteção para os cidadãos do país. O ditador antigo Hafez al-Assad manteve com punho de ferro o governo no país durante três décadas, passando o posto para seu filho Bashar al-Assad.

Em consequência a isso foram organizados varias manifestações da população em frente a embaixadas estrangeiras em Damasco e ao parlamento sírio. Devido essas manifestações o governo não estava satisfeito e mandou tropas do governo acabar com o motim. Assim, começou conflitos entre a população e os soldados sírios, resultando em centenas de mortes, em sua maioria civil.

Situação atual da Síria:
  •   Áreas sob controle do governo sírio
  •   Áreas sob controle de forças curdas
  •   Áreas sob controle do Estado Islâmico
  •   Áreas sob controle da oposição
  •   Áreas sob controle da Frente al-Nusra
Em 15 de julho de 2012 vários conflitos já acontecia no país, assim a Cruz Vermelha Internacional decidiu classificar o conflito como guerra civil (o termo preciso foi "conflito armado não-internacional") abrindo caminho para a aplicação do Direito Humanitário Internacional.

Em 2013 devido a crise na Síria surgiu um grupo chamado Estado Islâmico (EI) que começou a reivindicar territórias na região. De início estavam apoiando o governo, mas com o passar do tempo começaram a atacar qualquer um dos lados. Em junho de 2014 militantes do grupo proclamaram um Califado na região e Abu Bakr al-Baghdadi como líder. Assim, eles iniciaram uma grande expansão devastando por onde passava e redicularizando o inimigo e impondo a sharia (lei islâmica) onde controlavam. Mas, e os outros países o que faziam?

Os estadunidenses, a países da Europa e do mundo árabe iniciaram uma ação armada contra esse grupo temendo o fortalecimento deles. Já países como Russia e Irã interveio no conflito mas do lado de Assad (governo). Analistas políticos internacionais descrevem a participação das potências estrangeiras na Síria e o apoio dispensado as facções lutando no conflito como uma espécie de "guerra por procuração"

Lado oposicionista
Lado governo
EUA
Russia
União Europeia
Irá
Países árabes

Segundo informações de ativistas de direitos humanos dentro e fora da Síria, o número de mortos no conflito passa das 250 mil pessoas, sendo mais da metade de civis. Outras 130 mil pessoas teriam sido detidas pelas forças de segurança do governo.[ Mais de quatro milhões de sírios já teriam buscado refúgio no exterior para fugir dos combates, com a maioria destes tomando abrigo no vizinho Líbano e outros países árabes e também em direção a Europa.

Segundo a ONU vários crimes de guerra e contra a humanidade vêm acontecendo por toda a Síria e a guerra continua até hoje.
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          ¡Armas químicas!
Em 21 de agosto, a oposição denunciou mais de mil mortos em um massacre com uso de armas químicas no subúrbio de Damasco, controlado pelos rebeldes. O governo e o próprio Assad negaram as acusações, mesmo com provas.

A ONU enviou pessoas para investigar o local se realmente houve uso de armas químicas. O incidente é considerado o mais grave com uso de armas químicas no planeta desde os anos 1980. Com esse ataque aumentou muito as conversas sobre uma possível intervenção internacional no país, liderada logico pelos EUA.

No dia 31 de agosto, o presidente, Obama pronunciou-se dizendo que decidiu que o país deveria adota uma ação militar contra alvos do governo. Mas, essa autorização deve ser emitido pelo congresso. A oposição síria gostou da no´tícia e esperou o ataque americano, emitiu um comunicado dizendo também que deveria vir armas para ajuda-los.
A Rússia principal aliada de Assad esperou dois dias e surpreendentemente propôs um plano para acabar com as armas químicas da Síria, o presidente americano lógico que desconfiou mas aceitou a proposta. Assim, a Síria começou a colaborar com a Opaq (Organização para a Proibição de Armas Químicas), que armazenou os arsenais sírios e destruiu eles. Esse trabalho rendeu o Prêmio Nobel da Paz para a Opaq.

A ONU, no dia 16 de setembro divulgou o relatório sobre a investigação do ataque ocorrido em 21 de agosto. Segundo o documento foi confirmado o uso de gás sarin na região de Goutha, periferia da capital o que causou inúmeras vitimas fatais.

          ¡Países estrangeiros!
Com esse conflito gerando grandes danos a civis foi necessário a intervenção estrangeira na Síria a fim de dar um fim a esse conflito.

A Liga Árabe, a União Europeia, a ONU e vários governos ocidentais condenaram a violência no país e a repressão do regime sírio e apoiava o direito a liberdade de expressão do povo. Os EUA e a UE impuseram pesadas sanções econômicas com o objetivo de enfraquecer o governo. Não é possível avaliar se essa sanção teve efeito positivo pois, países como Irã que doa bilhões de dólares e China e Russia também ajuda. A Rússia, que tem uma base naval militar na Síria, condenou o uso de violência pela oposição e falou que há "terroristas" entre os manifestantes.

Esse impasse levou muito a crer o ressurgimento da Guerra Fria pois, o cenário era praticamente o mesmo com EUA e Russia cada uma de um lado diferente.

Segundo Mikhail Bogdanov, vice-ministro das Relações Exteriores, "o país, em contraste com os nossos parceiros ocidentais e árabes não vamos impor quaisquer sanções unilaterais, o que pode afetar adversamente a situação social e humanitária na Síria. (...) Nós não vamos estar envolvidos, no entanto, vamos continuar a desenvolver os laços econômicos com a Síria, incluindo no domínio do fornecimento de petróleo e outras necessidades essenciais". O porta voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Alexander Lukashevich, contestou as informações que são obtidas pelo "Observatório sírio de Direitos Humanos" e classificou as informações como "não confiáveis" e "tendenciosas".

          ¡¿ Paz !?

Até o momento não existe um cessar fogo, ou nada que possa fazer com que esse conflito termine e volte a paz para os sírios. Milhares ainda continuam fora de suas casas e em campos de refugiados. 

Já aconteceu um encontro chamado de Genebra I mas fracassado. Em 22 de janeiro de 2014 foi organizado entre EUA e Russia, principais negociadores externos uma realização de conferencia de paz, sendo chamada de Genebra II.

Infelizmente esse encontro não aconteceria de forma pacifica, Foi chamado tanto o governo sirio quanto a oposição. O governo sírio confirmou sua participação e também a oposição, mas o pedido de exclusão do presidente Bashar al-Assad não foi atendido pelo governo gerando conflito.

Entretanto, nas semanas que antecediam a realização da conferência, a participação ou não de diversos países e partes envolvidas gerou polêmica. Alguns membros da coalizão opositora, com o Conselho Nacional Sírio (CNS) à frente, recusam-se a sentar-se à mesma mesa com representantes do regime de Damasco.

A ONU convidou o Irã para participar, mas logo o chamado foi rejeitado pela oposição síria, pelos EUA e pela Arábia Saudita. O Irã é aliado do regime e não aprova o comunicado de Genebra I que "pede um governo de transição na Síria", afirmou um funcionário de alto escalão do Departamento de Estado dos EUA. Com isso a ONU retirou o convite ao Irã sendo criticado pela Russia.

E como está agora? Milhares de pessoas inocentes morrendo, passando fome e sem perspectiva de futuro pois uma meia duzia de países  e representantes não se resolvam para dar um a isso pensando apenas no poder e dinheiro.

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